“Bolsonaro chama de ‘malucos’ os apoiadores que pedem intervenção militar
Manifestantes pediram intervenção militar após a derrota do ex-presidente nas eleições de 2022
Desde a derrota nas eleições de 2022, a figura do ex-presidente Bolsonaro continua a ser um ponto de polarização no Brasil. Recentemente, ele gerou controvérsia ao classificar como “malucos” aqueles apoiadores que clamam por uma intervenção militar no país. Essa declaração surge num momento delicado, enquanto Bolsonaro enfrenta julgamentos que podem definir seu futuro político e legal.
A demanda por intervenção militar, levantada por uma parcela dos seus seguidores após a derrota eleitoral, reflete a intensidade das divisões políticas no Brasil. No entanto, Bolsonaro parece buscar uma distância dessas vozes extremistas, possivelmente numa tentativa de moderar sua imagem diante dos desafios judiciais que enfrenta.
Esse posicionamento do ex-presidente, entretanto, abre um novo capítulo em sua relação com sua base de apoio. Ao descrever como “malucos” os que pedem por medidas antidemocráticas, Bolsonaro navega por águas turbulentas, tentando equilibrar seu legado político com as realidades de um Brasil profundamente dividido.
A tentativa de se descolar dos radicais
Ao chamar de “malucos” os que pedem AI-5 e intervenção militar, Bolsonaro tenta se afastar de uma ala que, por muito tempo, o apoiou com fervor. Essa fala parece estratégica, como se ele buscasse limpar sua imagem diante das investigações em curso. Mas para quem acompanha a política brasileira de perto, essa tentativa soa mais como uma manobra do que um rompimento real com o extremismo.
As acusações da PGR e o peso das palavras
A Procuradoria-Geral da República o acusa de liderar uma organização criminosa com o objetivo de se manter no poder após a derrota nas eleições. Isso torna suas declarações ainda mais relevantes. Quando ele diz que apenas “tocou o barco”, ignora o contexto de mobilização antidemocrática que se formou ao seu redor — e que, em muitos momentos, ele mesmo alimentou.
